Voluntário na Rio 2016, nadador diz estar empolgado para os jogos em Tóquio
“Eu estava esses dias conversando com um amigo e falamos que se precisasse vender o carro pra ir para as Olimpíadas de novo nós faríamos, porque é uma experiência incrível". É com toda essa paixão pelo universo dos esportes que o morador de Bauru (SP), nadador, educador físico e técnico em natação, Carlos Eduardo Lemos, de 28 anos, fala sobre a sua experiência como voluntário nas Olimpíadas do Rio em 2016.
O nadador também demonstra uma expectativa positiva para os jogos deste ano em Tóquio.
Cadu, como é conhecido pelos amigos, conta que precisou passar por uma seletiva longa, que começou em 2014 e terminou apenas em 2016, para que conseguisse ser uma das pessoas escolhidas para ser voluntário nas competições em solo brasileiro e realizar o desejo de participar de uma olimpíada.
“Fiz o cadastro no site estabelecido pela comissão e durante o processo participei de etapas em que você vai respondendo questionários e passando por alguns processos e, a partir deles, a pessoa é selecionada para as áreas que eles acham que combinam com o perfil dela. Eles fazem uma anamnese profunda em relação a sua experiência em esportes”.
Apesar de não ter sido selecionado para acompanhar as competições de natação, ele atuou no Forte de Copacabana e acompanhou as competições de rua em diversas modalidades, inclusive a maratona, que é o evento que fecha as Olimpíadas.
“Acabou sendo uma oportunidade muito importante pra mim, acabei trabalhando no Forte de Copacabana nas competições de rua, como triatlon, maratona aquática, ciclismo de rua e a maratona que é o evento que fecha as Olimpíadas. Eu tive a oportunidade de assistir a esgrima, hipismo, esportes que nunca pensei que acompanharia. Foram experiências que eu vou levar pra vida.”
O educador físico recorda que um dos momentos mais especiais que viveu durante o voluntariado aconteceu quando a brasileira Poliana Okimoto foi medalha de bronze na maratona aquática e ele estava ao lado da atleta e do seu treinador no momento em que receberam a notícia.
“Na maratona aquática, quando a Poliana Okimoto foi medalha de bronze, eu estava ali perto do técnico dela, Ricardo Cintra, e do lado dela e presenciei o momento em que ela recebeu a notícia. Um momento do qual eu sempre vou me lembrar. ”
A história de Cadu com as Olimpíadas não começou a partir da sua experiência como voluntário em 2016, mas sim na sua infância. O atleta, que pratica a natação desde os 6 anos de idade e é parte da equipe da Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA) desde quando ela foi criada em 2011, já chegou até a buscar uma vaga para competir nas piscinas da Vila Olímpica.
“Eu nadei a seletiva olímpica de Londres de 2012, no campeonato que seleciona os atletas para poder ir e em 2016 eu também nadei na seletiva que foi na piscina das Olimpíadas, mas não consegui a classificação. Essa seletiva acontece em abril mais ou menos para que os jogos possam ocorrer em agosto é nela que eles selecionam quem vai pra competição.”
Desde criança, na casa do nadador, os pais incentivaram a prática de esportes, já que o pai também é educador físico e a mãe sempre praticou atividades físicas, por isso, acompanhar as Olimpíadas é um hábito em sua casa desde que era uma criança.
O técnico em natação guarda boas recordações das competições que acompanhou como telespectador e fizeram com que ele tivesse essa paixão por esse evento que reúne esportes de todas as modalidades e é motivo de muita celebração entre os atletas amadores e profissionais.
“Nós íamos tomar café da manhã na casa de amigos para ver os jogos. Para gente em casa, as Olimpíadas são um evento. Lembro até hoje das Olimpíadas de 2008 quando o César Cielo conquistou o ouro olímpico. Antes eu era muito novo e não tinha tanta memória assim. A minha primeira lembrança forte é de 2008 mesmo, a que está guardada na minha memória”, relembra Cadu.
Para este ano, mesmo que de longe, por conta da pandemia, Cadu diz que os jogos continuam sendo empolgantes e ressalta que mesmo sem a presença da torcida e as restrições na Vila Olímpica, acredita que os atletas estejam preparados para toda a pressão dessa competição mundial.
“Eu penso que os jogos olímpicos, são jogos olímpicos, independente de ser longe. Em 2016 foi diferente, porque você ia no metrô e parecia que estava dentro do estádio com a animação da torcida. Lógico que a torcida tem um fator, mas os atletas são preparados mentalmente e fisicamente para não deixarem que isso atrapalhe o desempenho deles.”
O fuso horário de Tóquio acaba fazendo com que os jogos aconteçam de madrugada para quem está no Brasil. No entanto, apesar de trabalhar cedo, o educador físico diz que pretende acompanhar algumas competições e ainda declara sua torcida pelos atletas brasileiros do nado, mesmo com o favoritismo de outros países.
“Eu moro sozinho em Bauru, mas a gente sempre se anima, conversa sobre. É no Japão e vai ter muita coisa de madrugada e fica difícil de acompanhar porque trabalhamos, mas vamos acompanhando. A gente sempre torce para os brasileiros, só que estamos alguns passos pra trás, as categorias tem que melhorar, o favoritismo sempre está em torno dos EUA, Austrália, mas vamos sempre estar torcendo para os brasileiros performarem da melhor forma possível”
O desempenho dos atletas diante desse cenário pandêmico pode ser uma preocupação e para Cadu, os vencedores da Olimpíada de Tóquio 2021 vão ser justamente os atletas que conseguirem lidar melhor com essa nova realidade.
fonte: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2021/07/23/voluntario-na-rio-2016-nadador-diz-estar-empolgado-para-os-jogos-em-toquio-acompanho-desde-pequeno.ghtml
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