Economia verde, uma nova forma de riqueza
Mude suas opiniões, mantenha os seus princípios,
troque as suas folhas e mantenha as suas raízes.
Vitor Hugo
Todas as nações do planeta precisam de crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. Definir e por em prática os ingredientes que alcancem esses três grandes objetivos de forma equilibrada é o grande dilema da humanidade para a construção de uma sociedade sustentavel.
A economia global tem que se reinventar, pois já não basta gerar empregos, pagar impostos, criar produtos e crer na eternidade do crescimento econômico. Em países sem aumento populacional e sem pobreza, o desenvolvimento humano não precisa mais de expansão do sistema econômico.
Por outro lado, países menos desenvolvidos também têm todo direito de enriquecer com qualidade de vida. No entanto o poder inercial do status quo de crescimento econômico a qualquer custo, construído ao longo de milênios, produz nós górdios.
Em vez de buscar a estabilização de suas economias, as nações mais ricas estimulam a economia do descarte. Adotam medidas que incentivam os consumidores a gastar o que não têm para comprar o que não precisam e impressionar pessoas que sequer admiram.
Cria-se um ciclo pernicioso, um dilema do crescimento que domina a macroeconomia de diversos países que já estão com seu crescimento demográfico estabilizado e com a pobreza praticamente erradicada. O consumismo desenfreado sustenta a estabilidade social desse modelo insustentável de capitalismo. Enquanto isso, nações mais pobres tentam alcançar os patamares de desenvolvimento dos ricos.
Nesse contexto uma nova economia não prospera. Mesmo que reduza o teor de carbono e de diminua os insumos naturais das mercadorias, é incapaz de diminuir impactos ambientais. A expansão do consumo sempre ultrapassa os ganhos ambientais relativos e inviabiliza a queda da pegada ecológica.
Há que se mudar a estrutura econômica em prol de um mundo mais equilibrado por meio da economia verde. Para o Pnuma economia verde é aquela que por meio da implantação de um conjunto de instrumentos melhora o bem-estar e reduz desigualdades, sem piorar a pegada ecológica.
Portanto, erradicar a pobreza, incentivar a produção e o consumo sustentável, reduzir impactos ao meio ambiente, e fomentar a inclusão social e o bem estar às pessoas são alguns dos principais elementos que compõe a economia verde.
A economia do descarte é formada por pelo menos três segmentos fundamentais: a indústria automobilística, que se fosse um país seria a sexta economia do mundo; a indústria petrolífera, que recebe subsídios seis vezes maiores que os destinados à energia de fósseis; e a indústria agro alimentar, que faz o uso mais predatório dos recursos existentes e é responsável pela grave doenças contemporânea da obesidade.
Esses três setores constituem uma espécie de força no sentido de perenizar a maneira como se usam os recursos, as políticas macroeconômicas voltadas a esses recursos e os comportamentos dos atores privados e públicos, diante desses recursos. No conjunto, um fantástico obstáculo à transição para aquilo que se precisa, uma economia de baixo carbono, com uso racional dos recursos, voltada para as necessidades das pessoas. Aí vem a economia verde.
O melhor caminho para viver-se em um mundo mais equilibrado é a economia verde. O Pnuma a define como aquela que por meio de um conjunto de instrumentos melhora o bem-estar e reduz desigualdades, sem piorar a pegada ecológica. Portanto, erradicar a pobreza, incentivar a produção e o consumo sustentável, reduzir impactos ao meio ambiente, e fomentar a inclusão social e o bem estar às pessoas são alguns dos principais elementos que compõe a economia verde.
Mais do que repensar as bases tecnológicas da economia contemporânea, é preciso repactuar a forma como as sociedades contemporâneas usam as bases energéticas, materiais e bióticas das quais depende sua reprodução.
A economia verde fundamentalmente, engloba três dimensões. A primeira é o processo de transição das energias fósseis para as renováveis. Não é possível conceber que a economia deixe de ser marrom para ser verde se continuar dependente de petróleo, carvão e gás.
Como a transição para novas fontes limpas, seguras e renováveis leva décadas, então, vem a segunda dimensão, a ecoeficiência – melhorar o uso dos materiais, da energia, dos recursos bióticos nos quais a economia, a oferta de bens e serviços se apoiam.
E a terceira dimensão é a transição da economia da destruição da natureza para a economia do conhecimento da natureza. Hoje os principais biomas do mundo, sobretudo nos países tropicais, são usados sob a lógica da destruição. O estágio atual da economia mundial está muito aquém da economia verde. É muito mais suja do que poderia ser.A ciência e a recnologia serão as principais ferramentas de suporte na implantação de formas de preservação e também exploração ambiental sustentável.
A mudanza da economia tradicional para a economia verde demanda novos processos de mensuração. Há anos busca-se sem sucesso indicadores de sustentabilidade ambiental e também inovações no IDH.
É premente a substituição do velho PIB por índices voltados não somente à mercantilização e sim ao consumo e serviços que, ao serem perseguidos, criem um mundo em equilíbrio. O PIB não é só velho e incompleto. Ele é incapaz de distinguir aquilo que produz bem-estar daquilo que produz mal-estar para as pessoas
A formatação de novos indicadores têm que obedecer a critérios claros e abrangentes que permitam monitorar, mensurar e valorar o capital natural. A busca por identificar os melhores caminhos da implantação da economia verde é o cerne desse projeto. O estabelecimento de novas regras e a revisão das antigas, por meio da regulamentação legal e do incentivo à autorregulamentação, são fundamentais para que a visão de sustentabilidade e de responsabilidade social possa ser consolidada no mercado e na gestão pública.
O Estado tem que induzir, regular e coordenar ações para implantar e difundir mecanismos de mercado, precificação, punição e premiação com foco no desenvolvimento sustentavel. A sociedade organizada e as empresas têm que exercer seus papéis de guardiões e usuários de formas sustentáveis de viver.
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